O assador de castanhas

Esta peça é um assador de castanhas. É em barro e tem tonalidade alaranjada. A base é circular e plana com orifícios redondos (diâm.: 1,5cm) dispostos na sua superfície. Possui um bojo côncavo com orifícios redondos (diâm.: 1,5cm) na sua parte inferior e um bordo extrovertido arredondado. Do bordo provêm duas asas caneladas, de secção retangular, colocadas em posição diametralmente oposta, que descrevem um arco e findam na zona de diâmetro máximo do bojo. A sua base e o seu bojo apresentam a particularidade de estarem envolvidos por uma malha de arame. Tem 15cm alt. x 27cm larg. x 22cm diâm..
Estes assadores cerâmicos servem para assar castanhas que são os aquénios (geralmente três) do ouriço, o fruto capsular espinescente do castanheiro-da-europa (Castanea sativa).
Presume-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso, acompanhando a história da civilização ocidental há mais de 100 mil anos. A par com o pistácio, a castanha constituiu um importante contributo calórico ao homem pré-histórico que também a utilizou na alimentação dos animais.
Os gregos e os romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor. Os romanos incluíam a castanha nos seus banquetes. Durante a Idade Média, nos mosteiros e abadias, monges e freiras utilizavam frequentemente as castanhas nas suas receitas. Por esta altura, a castanha, era moída, tendo-se tornado mesmo um dos principais farináceos da Europa.
Com o Renascimento, a gastronomia assume novo requinte, com novas fórmulas e confeções. Surge o marron glacé (castanha glaceada), passando de França para Espanha e daí, com as Invasões Francesas, chega a Portugal.
Cozidas, assadas ou transformadas em farinha, as castanhas sempre foram um alimento muito popular, cujo aproveitamento remonta à Pré-História.
Os assadores cerâmicos já eram produzidos em território português na época romana, como pode constatar-se num objeto arqueológico de Bracara Augusta, datado do séc. II-III d.C., que integra o acervo do Museu D. Diogo de Sousa, Braga.
Este assador de castanhas foi doado por Maria de Fátima Teixeira Lopes da Silva e faz parte do espólio da Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis.

Informações retiradas: pt.wikipedia.org/wiki/Castanha e xisto-centrodearte.blogspot.com/2014/11/castanhas.html