A peça do mês de setembro foi…

A palavra “interruptor” deriva do latim “interruptore”, que significa literalmente “aquele que interrompe” - conceito central à sua utilidade como chave manual do controlo em circuitos elétricos.

O interruptor de luz tem a sua origem ligada ao desenvolvimento dos primeiros circuitos elétricos dedicados à iluminação artificial no século XIX. O primeiro dispositivo semelhante a um interruptor foi criado pelo médico britânico Golding Bird, por volta da década de 1840. Inicialmente, Bird desenvolveu o interruptor para facilitar a aplicação de eletrochoques em tratamentos médicos e permitir o controlo de circuitos sem as limitações dos mecanismos manuais da época.

Com a evolução da eletrificação doméstica e a invenção da lâmpada incandescente comercial por Thomas Edison, em 1879, tornou-se necessária uma forma prática de conectar e desconectar a energia elétrica das lâmpadas nas residências. O interruptor passou então a ser adotado amplamente como um componente-chave desse novo cenário, permitindo ligar e desligar facilmente a iluminação e outros aparelhos elétricos no dia-a-dia.

O primeiro modelo amplamente utilizado foi o interruptor do tipo “pull-wire” (de puxar a corda), que funcionava por meio de uma corda que acionava o mecanismo interno para interromper ou restabelecer a corrente elétrica. Embora eficaz, era considerado pouco durável e pouco ergonómico.

Com o avanço tecnológico e a popularização da eletricidade, os interruptores passaram a exigir padrões de segurança e design. No início do século XX, surgiram os primeiros padrões para garantir maior segurança e interoperabilidade entre os diferentes fabricantes. Foi nesse período que apareceram os interruptores de botão de pressão, cujo funcionamento é semelhante ao dos modelos atuais e foram fundamentais para o aumento da praticidade e segurança no uso doméstico e industrial.

A década de 1920 trouxe o interruptor basculante, mais simples e ergonómico, consagrando-se como o principal modelo usado até hoje.

Ao longo do tempo, o design dos interruptores também acompanhou tendências estéticas e ergonómicas, além de aderir a novas funções relacionadas à automatização residencial. Hoje, os interruptores inteligentes utilizam tecnologia digital, sensores de movimento e integração com sistemas de automatização, mostrando que a evolução deste simples dispositivo continua a acontecer.

Este interruptor tem 8cm de diâmetro. Foi doado pela Sr.ª Margarida Leite. Faz parte do espólio da Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis.