A peça do mês de setembro de 2019 foi…

O Saca-rolhas

Ao longo dos muitos séculos nos quais o Homem dedicou-se a beber vinhos e a aperfeiçoá-los, o principal problema nunca foi a forma de abri-los, mas como mantê-los.
Desde as ânforas gregas e romanas – provavelmente os recipientes mais perfeitos da antiguidade clássica –, até às garrafas modernas, ninguém pensou que o problema seria a rolha.
Foram os soldados que apresentaram uma solução inicial. Nas frentes napoleónicas, eles precisavam da distração do vinho e levavam as novas garrafas para os acampamentos, ou saqueavam-nas nos povoados, perfeitamente vedadas com uma rolha, o que significava mais do que uma distração, uma dor de cabeça. Para abri-las, tentaram de tudo, até que um combatente teve a ideia de usar uma ferramenta espiral utilizada para a limpeza de mosquetes. Se ela servia para extrair dos canos os resíduos dos disparos, podia servir também para extrair a rolha das garrafas. E assim iluminou-se a ideia de usar o velho parafuso de Arquimedes para saciar a sede.
Em 1795, ao tomar conhecimento da descoberta, um reverendo chamado Samuel Henshall, nascido em Oxford, Inglaterra, teve a genial ideia de patentear o primeiro saca-rolhas em “T”, empregando uma rosca de metal a um pedaço de madeira. Consta que foi a primeira patente de um saca-rolhas na história.
O próximo passo veio com Edward Thomason. Conhecido em Birmingham pela sua criatividade e originalidade, ele adicionaria um elemento por causa da observação do saca-rolhas de Henshall: acrescentou um limite à rosca, para obrigá-la a rodar dentro do bocal da garrafa e facilitar a sua extração, desprendendo-a do vidro.
Existem muitos modelos de saca-rolhas, mas os principais são: o saca-rolhas simples com mecha cheia; o saca-rolhas simples com mecha em rabo de porco; o saca-rolhas em parafuso; o limonadier (o tipo mais utilizado pelos profissionais); a faca de sommelier (modelo clássico com um só com uma ponta de apoio); o saca-rolhas com duas pontas (trata-se de uma faca de sommelier aperfeiçoada); o saca-rolhas de lâmina dupla (ideal para rolhas estragadas); o saca-rolhas com alavanca (do tipo clássico), o saca-rolhas com alavanca (do tipo Screwpull) e o saca-rolhas Sveid (o mais caro do mundo em titânio aeronáutico).
O colecionador de saca-rolhas é denominado Pomelkófilos, termo com origem grega e resulta da união de três palavras: poma, elkein e philo, que significam respetivamente, rolha, puxar e amante.
Esta peça é um saca-rolhas de alavanca, do estilo clássico e foi doado por Maria de Fátima Teixeira Lopes da Silva.


Informações retiradas de: https://www.enovirtua.com/…/histor…/historia-saca-rolhas-ii/ e http://revista.sociedadedamesa.com.br/