A peça do mês de maio de 2018 foi…

  Concha “Shell” (Fabrico do “Centro Vidreiro do Norte de Portugal”)

Em Portugal, a arte de produzir e trabalhar o vidro é considerada uma indústria tradicional. De acordo com PINHO LEAL (1875), conclui-se que a primeira unidade de produção de vidro em Portugal terá sido a “Fábrica do Côvo”, no concelho de Oliveira de Azeméis, que terá sido implantada antes de 1484. Desde então, uma multiplicidade de unidades dedicadas ao fabrico do vidro surgiu, principalmente entre o início do século XX e a década de trinta do mesmo século.
Entre 1897 a 1930 surgiu a “Fábrica de Vidros de Bustelo Abreu, Castro & C.ª”, no lugar de Bustelo, freguesia de São Roque. Entre 1902 a 1926 surgiu a “Fábrica a Vapor de Crystaes e Vidraça "A Bohémia", Lda.”, no lugar de Lações de Cima. Entre 1916 a 1920 surgiu a “Fábrica de Vidros Castro, Costa & C.ª Lda.”, (mais conhecida por “Fábrica de Vidros da Pereira”), no lugar da Pereira, freguesia de Santiago de Riba-Ul. Entre 1917 a 1926 surgiu a “Fábrica de Vidros Progresso, Lda.”, (que se popularizou com a denominação de Fábrica de Vidros do Cereal), no lugar do Cereal, freguesia de Santiago de Riba-Ul. Entre 1921 a 1924 surgiu a “Fábrica de Vidros Nossa Senhora de La-Salette, Lda.”, no lugar de Bustelo, freguesia de São Roque. Entre 1926 a 1993 surgiu o “Centro Vidreiro do Norte de Portugal, Lda”. Entre 1942 a 1953 surgiu a “Sociedade Industrial Vidreira de Azeméis, Lda., - Sival”, (mais conhecida por Fábrica de Botões de Vidro), em Lações de Cima.
Todas estas fábricas foram se sucedendo tendo grande parte sido adquiridas pela “Fábrica a Vapor de Crystaes e Vidraça "A Bohémia", Lda.”, a qual deu lugar em 1926 ao “Centro Vidreiro do Norte de Portugal, Lda”.
O “Centro Vidreiro do Norte de Portugal” foi sobrevivendo à evolução dos tempos com os seus métodos tradicionais de fabrico e transformação do vidro durante mais de 60 anos. Com a modernização da indústria esta fábrica não conseguiu acompanhar as restantes e fechou as portas em 1993. Atualmente ainda se pode ver parte das instalações em ruínas.
Fruto desta atividade, diversas peças de grande valor artístico foram produzidas, tais como os trabalhos de lapidação em vidro doublé, frascos do século XVII para perfumarias e empresas farmacêuticas, e ainda o jarrão produzido para a “Exposição do Mundo Colonial Português de 1940”, que jamais poderão ser reproduzidos.
O “Centro vidreiro” foi rico em peças de design próprio quer com formas peculiares, pinturas e lapidação.
Aqui pode ver uma das peças mais carismáticas que produziam: uma concha em vidro que servia para assinalar os postos de gasolina “Shell”. Esta peça faz parte do espólio da Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis.
Em Oliveira de Azeméis podia-se observar na Rua António Alegria, na antiga “Garagem Justino”, como pode ver aqui nas fotografias gentilmente cedidas pelo Sr. Eng. Justino Santos, a primeira dos anos 30/40 e a segunda dos anos 50/60.

 



Informações retiradas de: www.cm-oaz.pt